terça-feira, 6 de maio de 2014

Meu querido jardim


O amor pelas plantas fez com que quatro moradores transformassem a área externa na melhor parte da casa

Refúgio nas alturas
A cobertura, com um jardim de 35 m² voltado para os quartos, foi um grande achado para a família da arquiteta Márcia Gullo, da Ilha Arquitetura. “Por segurança, resolvemos mudar para um apartamento, mas fazia questão de um imóvel que tivesse alma de casa. Acho que esse engana bem”, diz ela. Para transformar o espaço em um refúgio verde, que lembrasse a infância em Araraquara, Márcia contou com a ajuda da empresa de jardinagem Boobamboo, que instalou o jardim vertical para esconder a vista do prédio vizinho e a pérgola de bambu, que fornece uma sombra agradável ao ambiente. “Adorava ir com eles à Ceagesp para escolher as espécies. Hoje, a equipe da Boobamboo me ajuda com a manutenção mais pesada, mas adoro cuidar das plantas nos fins de semana”, diz. Para facilitar o cuidado, tanto o muro verde quanto os vasos receberam pontos de irrigação automática.

Pé na mata
A casa de vila, construída nos anos 1940, mudou completamente quando o artista Fernão Morato passou a morar no imóvel. “A construção precisava de uma boa reforma e a área externa, apesar de ter um espaço ótimo, era toda cimentada. Resolvi mudar tudo”, lembra ele, que tocou a obra com os arquitetos Guilherme Ortenblad e Augusto Aneas. Para criar o jardim de formas exuberantes, com elementos como lago de carpas e composteira, Fernão contou com a ajuda do cenógrafo Sérgio Silveira. “Eu adoro mexer na compostagem. Acho mágico como os resíduos da cozinha viram terra, que alimenta os temperos e que, por sua vez, me alimentam de novo. Também adoro plantar, mas a parte da poda eu deixo para a minha mulher, Maísa, que faz bem melhor do que eu”, afirma ele.

Construção de memórias
A casa espaçosa é a morada da ceramista Stella Ferraz há 34 anos. Em 2012, ela resolveu encarar uma reforma no imóvel – orquestrada pelo filho, Gil Mello, da Galeria Arquitetos – e no jardim. Com a ajuda de um jardineiro, Stella preencheu o corredor lateral com espécies de baixa manutenção. “Escolhi as que não precisam de podas, porque gosto de um visual mais orgânico”, conta. O muro criado para esconder a edícula guarda uma recordação especial: é formado por pedras retiradas da fazenda da família, em Itu. De lá vem também a terra usada nos vasos. “Aprendi a gostar de plantas desde pequena. Sei em quais horas bate sol no jardim e os cuidados que cada espécie pede. Às vezes, passo o domingo todo entre regas e conversas com as plantas”, diz Stella.

Em contato com a natureza
Uma boa dose de verde é o que norteava a busca do arquiteto Rogério Ribas por um imóvel na selva de pedra paulistana. Ele, que é gaúcho e morou muito tempo no Rio de Janeiro, em frente ao mar, não queria abrir mão do contato com a natureza quando decidiu se mudar para São Paulo. A charmosa casinha construída na década de 1940, com jardim na parte da frente e um pequeno quintal, era exatamente o que ele queria. “Escolhi folhagens densas, para camuflar o muro. Por ser uma área sombreada, a grama não vingava. Tive que trocar por pedriscos”, conta ele, que gosta de dar dicas de jardinagem. “Não faço profissionalmente, mas se tenho intimidade com o cliente, gosto de ajudar nessa parte também.
Não sou paisagista, sou jardineiro”

Fonte: Revista Casa e Jardim

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